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A Coreia Do Norte É Um "Tigre De Papel"?

O fundador da República Popular da China, Mao Tse Tung, disse em tempos que "o imperialismo é um tigre de papel". Analisado o potencial bélico da Coreia do Norte, o dito parece em parte ser-lhe aplicável, apesar do ar solene das ameaças que tem emitido contra os Estados Unidos e contra a Coreia do Sul.

Mundo - Globalmente, uma comparação estritamente quantitativa entre as forças militares a norte e a sul do paralelo 38 salda-se, à primeira vista, por uma esmagadora superioridade do regime de Piong Iang sobre o de Seul. Mas essa comparação - aproximativa, a partir de dados escassamente confirmados - enferma, desde logo, de dois problemas: ignora o aspecto qualitativo e ignora o "factor EUA" na balança de forças da península.
Vantagens iniciais para a Coreia do NorteOnde a desproporção parece mais flagrante é entre as tropas de infantaria, não tanto ao nível dos efectivos militares (1,1 milhão contra os 700 mil da Coreia do Sul), mas sobretudo ao nível dos reservistas (7 a 8 milhões contra 3 milhões da Coreia do Sul). Esta desproporção reflecte um elevado grau de militarização da sociedade norte-coreana, que tem menos de metade da população da Coreia do Sul (24 milhões de habitantes contra 50 milhões).Acontece que às forças sul-coreanas haveria que adicionar os 28.000 militares norte-americanos estacionados em bases na Coreia do Sul, com o que isso implica de tecnologia militar de última geração. Também ao nível do seu significado político essa presença traduz um grau de compromisso, que tornaria praticamente certo um envolvimento norte-americano em caso de confrontação militar generalizada entre as duas Coreias.
Segundo uma análise de Der Spiegel, baseada em relatórios do Korea Economic Research Institute, a superioridade quantitativa das tropas norte-coreanas permite prever que, em caso de conflito sem participação inicial norte-americana, essas tropas poderiam começar por obter ganhos territoriais importantes, tanto mais que entre a massa das suas tropas se contam umas quinze divisões (180 mil soldados) de elite, com muita preparação para uma guerra assimétrica.
Também as particularidades geográficas dos dois países seriam em certa medida desfavoráveis à Coreia do Sul, que tem a capital, Seul, a 50 Km apenas da zona desmilitarizada na fronteira entre os dois Estados - portanto mais vulnerável a uma rápida progressão de tropas no terreno.
Um ponto de estrangulamento: falta de combustívelMas a partir daqui começam a acumular-se factores desfavoráveis à Coreia do Norte. A superioridade que, com toda a probabilidade se faria sentir no estágio inicial de uma guerra ainda sem participação norte-americana rapidamente se perderia, devido sobretudo à escassez de combustível.
As 12.000 peças de artilharia estacionadas, em grande parte, junto à fronteira, seriam eficazes no início, mas, em caso de progressão das forças norte-coreanas, seria depois muito difícil deslocá-las para novos teatros de operações, precisamente devido à falta de combustível.
O mesmo problema se faria sentir em relação aos 5.000 tanques da Coreia do Norte. A frota blindada da Coreia do Sul, com menos de metade das unidades, gozaria de maior mobilidade, por poder dispor de muito mais combustível.
Obsolescência do hardware militar norte-coreanoA frota de tanques sul-coreana é, além disso, bem mais moderna que a de Piong Iang, parcialmente composta por tanques russos dos anos 50 a 70 do século passado.
Também no que diz respeito à força aérea, deixa a desejar a modernização da frota de centenas de aparelhos da Coreia do Norte (número difícil de calcular algures entre os 460 e os 820). Com efeito, os caças mais modernos da Coreia do Norte são os MiG-29 soviéticos, do final dos anos 70. E muitos outros aparelhos são substancialmente mais antigos - os MiG-223, MiG-24, Su-28 e Iljuschin-28, dos anos 60 ou mesmo 50.
No domínio do armamento nuclear, a Coreia do Norte tem realizado ultimamente investimentos prioritários, que preterem os investimentos no arsenal convencional. Dos investimentos no arsenal nuclear tem resultado uma panóplia de armas de curto e médio alcance, que podem atingir alvos em toda a Coreira do Sul e mesmo no Japão.
Mesmo assim o milhar de ogivas nucleares norte-coreanas de curto e médio alcance, calculadas por grosseira aproximação, baseia-se em grande parte na antiquada tecnologia soviética dos mísseis Scud. Quanto às ogivas de longo alcance, com que Piong Iang entende ameaçar os próprios Estados Unidos, são pouco conhecidos os seus fundamentos reais, havendo nos círculos especializados muito quem as considere um mero bluff, inventado para compensar as fragilidades das forças convencionais norte-coreanas.

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