Condenação atinge ex-funcionário da Casa Civil no governo Requião, Delcio Rasera,
Paraná - A Vara Criminal de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, condenou o policial civil Delcio Augusto Rasera a 20 anos e nove meses de prisão, além da perda do cargo, pelos crimes de quadrilha e diversas escutas ilegais. A sentença, que abrange outros denunciados além de Rasera, foi proferida com base em denúncia apresentada pelo Ministério Público do Paraná.Rasera havia sido preso no início de setembro de 2006 por uma equipe da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), atual GAECO, durante o período eleitoral, sob a suspeita de executar escutas ilegais (os chamados “grampos”) e de portar armas ilegalmente. No mesmo mês, o GAECO denunciou 12 pessoas à Justiça de Campo Largo, acusando-as dos crimes de quadrilha armada e de interceptação clandestina de telefones - sem a devida autorização judicial.
O esquema teria como mentor o policial civil Delcio Augusto Rasera, que mantinha uma empresa de investigação particular, onde atuavam dois de seus filhos. Na época, Rasera estava afastado da Polícia Civil para trabalhar na Casa Civil.
As investigações do MP-PR apontam que a quadrilha, além de fazer interceptações clandestinas de telefones, obtinha extratos de ligações clandestinas e dados pessoais de titulares, para o fim de interceptações, junto a pessoas que trabalhavam em empresas de telefonia. Foram apreendidos equipamentos eletrônicos, gravações e e-mails que comprovaram as interceptações perante a Justiça.
Na época em que o caso veio à tona, Rasera trabalhava na Casa Civil do governo Requião. Gravações obtidas pelo MP na ocasião apontaram que o policial negociava com empresas a compra de equipamentos para o Estado em nome do então governador Roberto Requião (PMDB), que disputava a reeleição. As ligações entre Rasera e Requião foram amplamente exploradas na campanha. A oposição acusava o policial de “grampear” adversários do governador a mando do peemedebista. Requião sempre negou as acusações.
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