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Universitários do último ano são os mais prejudicados com a paralisação

Educação - A paralisação nas sete universidades estaduais do Paraná, que já dura quase dois meses, preocupa pais e estudantes, mas, principalmente, os cerca de 12 mil alunos dos últimos anos que correm o risco de não receberem o diploma dentro do prazo esperado. Esse é o segundo movimento grevista em 2015. 
Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), estudantes de dois cursos recorreram à Justiça para assegurar a manutenção das aulas. O primeiro curso a solicitar a continuação das aulas foi Medicina. No final de maio, os alunos do último ano conseguiram uma liminar que permite o cumprimento dos internatos – uma espécie de estágio nos hospitais. A medida assegura que a conclusão do curso ocorra no tempo previsto, já que o calendário é diferente das outras graduações, com a formatura no meio do ano. 
Na mesma situação estão os estudantes do 5º ano do curso de Direito. Um mandado de segurança em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública de Ponta Grossa garantiu que as aulas e atividades acadêmicas fossem retomadas nesta quarta-feira (10/06). 
O coordenador do curso de Direito da UEPG, Guilherme Amaral Alves, explica que um dos principais prejuízos para estes alunos é o atraso para pegarem a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Mesmo sendo aprovados no exame da OAB, eles só podem pegar a carteira para exercício da profissão de advogado mediante à apresentação do diploma. Estendendo o ano letivo para cumprir o calendário acadêmico acaba atrasando também o ingresso destes alunos no mercado de trabalho”, disse. 
O estudante, Benhur Delon Rodrigues, um dos beneficiados com o mandado de segurança, explica que o objetivo da ação foi reverter a suspensão do Calendário Acadêmico, já que os professores, mesmo apoiando a paralisação, mantiveram as aulas aos alunos do último ano de Direito para que não fossem ainda mais prejudicados. Com a suspensão do calendário eles não conseguiriam manter as aulas mesmo que quisessem. 
“Para nós a decisão da Justiça foi uma vitória. Os professores têm o direito de realizar a greve, mas nós também temos o direito de nos formar dentro do tempo previsto já que, no nosso caso, a reposição de aulas é muito mais difícil por conta dos concursos públicos e da necessidade do diploma para pegarmos a carteira da OAB porque somente com ela poderemos exercer a profissão de advogado”, ressaltou. 
Morador de Itapeva (SP), ele lembrou que muitos colegas também têm ainda gastos extras com moradia em outra cidade. No caso de estender as aulas, além do prejuízo com o atraso do calendário, há também o custo financeiro maior para muitas famílias. 
Também sofrem a expectativa de retomada das aulas os alunos do último ano do curso de Agronomia, que tem como característica o estágio obrigatório no último semestre. Muitos estudantes são selecionados por grandes empresas de outras cidades e até de outros estados, mas podem perder a vaga por conta do não cumprimento da carga horária exigida. É o que preocupa Janaíne Ritter, de 21 anos, que conquistou uma vaga de estágio bastante concorrida em uma multinacional no Espírito Santo, com data marcada para o início de agosto. 
“Respeitamos o direito de greve dos nossos professores, mas na nossa área é muito comum a contratação imediata, após a conclusão do estágio, em dezembro, já que janeiro e fevereiro compreendem o período de safra. Meu medo é que eu ainda precise voltar à Ponta Grossa no final do ano para cumprir a carga horária acadêmica e perca essa oportunidade de trabalho”, afirmou. 
Somada à preocupação com o ingresso no mercado de trabalho, está a possibilidade dos estudantes também terem grandes prejuízos financeiros, pois contrataram empresas para a organização das formaturas e já estão com as datas marcadas para os eventos. 
“Há uma série de prejuízos dada a importância do professor. Já estamos com tudo pago para a formatura, datas agendadas, e podemos perder este investimento. Eu tenho data para começar o estágio em outra cidade e seria inviável conciliar com aulas em Ponta Grossa”, conta a estudante Kelle Guerra. 
Por decisão das coordenações dos cursos de Medicina e dos Conselhos de Ensino da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM,) as aulas não foram suspensas durante a paralisação dos professores para os alunos dos últimos anos que já concluíram as aulas teóricas.

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