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Casamento do PMDB com o PT se aproxima do fim e deixa Dilma sem sustentação

Ricardo Noblat

Meia volta, volver.
Em entrevista, ontem, dada por telefone ao The Wall Street Journal, o segundo mais importante jornal dos Estados Unidos (o primeiro é o The New York Times), Michel Temer (PMDB-SP), vice-presidente da República, deu o dito para empresários paulistas na última quinta-feira pelo não dito.
– Você pode escrever isso: eu tenho certeza absoluta que isso irá acontecer, que será útil para o país, que não haverá nenhum tipo de perturbação institucional. Dilma governará até o final de 2018 – profetizou Temer.
Tentava consertar uma situação que não tem mais conserto.
A nova edição da revista ÉPOCA destaca as mais apimentadas frases ditas por Temer em debate com empresários paulistas promovido por um movimento que defende o impeachment da presidente Dilma:
“Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo”;
“Se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil”;
“É preciso melhorar o que está aí”;
“Se a chapa for cassada, eu vou para casa feliz. Ela vai para casa…Não sei se feliz”;
“O momento pede equilíbrio, pede grandeza”;
“O Brasil é um só, e sempre vai ser maior e mais importante do que qualquer governo”;
“Nada pode barrar a verdade. Nada pode barrar o Brasil”.
O que Temer disse aos empresários deixou Dilma e os ministros que a seguem mais de perto “atordoados”. Não só: “perplexos”. Mais do que isso: “furiosos”.
A ordem dada por Dilma foi cumprida por todos eles: nada de passar recibo. Nada de admitir que Temer produziu um forte estrago na imagem de um governo já muito mal das pernas. Por quê?
Ora, por isso mesmo. Onde já se viu governo fraco enfrentar adversário poderoso? E, no caso, Temer é um adversário poderoso, sim. Preside o PMDB, o maior aliado do governo. E não está desgastado como Dilma está.
Pobre de Edinho Silva, ministro da Comunicação Social. Foi escalado para defender Temer alegando que sua fala foi tirada de contexto.
O problema da fala de Temer foi justamente o contrário. Ela incorporou o contexto do debate e, por isso, soou tão agressiva.
Exemplo: Temer não teve a iniciativa de afirmar que “Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo”.
Um empresário perguntou: “A presidente Dilma resistirá três anos e meio com esse índice baixo de aprovação?”
Ao responder, Temer citou a pergunta. E disse o óbvio: não, ninguém com índice tão baixo de aprovação resistirá tanto tempo no cargo. Excesso de sinceridade, digamos assim.
O casamento do PMDB com o PT é movido por interesses – amor, nunca. Afinidade, tampouco.
O desabafo feito por Temer aos empresários foi um sinal de que o casamento está próximo do fim.

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