Pular para o conteúdo principal

MPF pediu prisão de Edílson por suspeita de fraude em loteria

O Globo

Fraude - O Ministério Público Federal (MPF) chegou a pedir a prisão do jogador de futebol Edílson da Silva Ferreira, investigado em operação da Polícia Federal (PF) que desarticulou esquema de fraude em pagamento de loterias da Caixa, mas o pedido foi negado pela Justiça Federal, segundo fontes com acesso às investigações. A Justiça autorizou a PF a cumprir um mandado de busca e apreensão na casa de Edílson na Bahia e também a conduzi-lo coercitivamente para prestar esclarecimentos na superintendência da PF no estado.
A busca foi feita na casa do jogador, que atuou na seleção brasileira e foi pentacampeão do mundo em 2002. A PF produziu diversas provas sobre o suposto envolvimento de Edílson no esquema, desbaratado na manhã desta quinta-feira na Operação Desventura, com cumprimento de mandados em Goiás – sede das investigações –, Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e Distrito Federal.
Fontes da investigação relatam a existência de escutas telefônicas, fotos de reuniões e relatórios de monitoramento do jogador. A busca feita em sua casa resultou na apreensão de mais papéis e documentos que, segundo investigadores, mostrariam uma participação maior de Edílson no esquema. O material ainda será periciado pela PF.
A suspeita é de que o pentacampeão usava sua influência para aliciar gerentes da Caixa ao esquema. Ele teria mais facilidades para chegar a esses gerentes, que encaminhavam à quadrilha as informações sobre bilhetes de loteria premiados que ainda não haviam sido apresentados para o recebimento do dinheiro. Edílson seria parente de um dos líderes da organização criminosa.
A PF prendeu 13 pessoas, sendo cinco prisões temporárias e oito preventivas. Entre os detidos está um doleiro de São Paulo, que já havia sido preso por participação em outro esquema, advogados e comerciantes. Os empregados da Caixa – gerentes aliciados e funcionários do setor de loterias – não chegaram a ser presos, mas foram conduzidos para prestar esclarecimentos.
Quase 250 policiais federais cumpriram 54 mandados judiciais. Além das prisões, foram 22 conduções coercitivas e 19 mandados de busca e apreensão.
Segundo a PF, o esquema consistia em validação de bilhetes falsos por gerentes da Caixa que viabilizavam o prêmio por meio de suas senhas. Gerentes eram recrutados por correntistas com grande movimentação financeira, entre eles Edílson, conforme as suspeitas da PF.

CAIXA DIZ QUE VAI TOMAR PROVIDÊNCIASO dinheiro dos prêmios não sacados seria destinado ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Em 2014, ganhadores de loteria deixaram de resgatar R$ 270,5 milhões em prêmios da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-Sena e Timemania.
O Setor de Segurança Bancária Nacional da Caixa participa da investigação. Os envolvidos são suspeitos de crimes de organização criminosa, estelionato qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento público e evasão de divisas.
Em nota, a Caixa informou que vem colaborando com as investigações e está tomando “providências de abertura de processos disciplinares, apuração de responsabilidades e afastamentos, nos casos de envolvimento de empregados do banco”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aécio defende coerência e reforça necessidade de força política

Eleições - O candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves (PSDB), usou nessa sábado seu programa eleitoral para chamar o eleitor a comparar seu trabalho especialmente com o da ex-senadora Marina Silva (PSB), com quem disputa vaga em um eventual segundo turno das eleições. Segundo o tucano, já ficou claro que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) deu errado e que o brasileiro quer mudança, mas o presidenciável disse aos insatisfeitos que “não basta tirar o PT” do poder. “Para governar, para fazer acontecer, é preciso ter uma equipe sólida, ideias já testadas, e principalmente força política para fazer a mudança acontecer de verdade”, afirmou. Aécio citou nominalmente Marina e disse acreditar nas boas intenções da adversária, mas disse ter certeza de que o brasileiro quer uma “mudança sem risco”, para fazer tudo o que Dilma não fez. “Ninguém quer errar de novo.” O senador reforçou que “sem experiência, sem força política, o sistema engole as boas intenções”. Em tel...

A Diferença Entre Mau Caráter E Sem Caráter

Há situações com as quais a gente se depara que nos trazem algumas surpresas . Antes, ao observar as pessoas, tentava distinguir o caráter delas entre bom, ruim e tendente a... Creio que todos fazem isso, até mesmo como modo de se preservar, para evitar ou, pelo menos se distanciar de pessoas de caráter duvidoso . Entretanto, a soberba é algo aniquilador... e a soberba, no caso, foi minha, em achar que conseguia diferenciar bem esses indivíduos, a fim de me manter a salvo deles. Pois bem, eis que fui surpreendida por alguém mau caráter e por uma pessoa que inaugurou uma nova espécie: os sem caráter .  O "sem" aqui é no sentido de ausência mesmo. Pessoas que não sabem a que vieram , que ocupam o espaço, espalham sua (inútil) futilidade e são massas de manipulação para os seres que detêm o mínimo de caráter (bom ou ruim). Possuem o apelido de "maria-vai-com-as-outras" e, em termos de inaptidão para tomar uma decisão por si mesmas, conseguem sacanear os demais ...

Gleisi recebeu R$ 13,5 mi de empresas denunciadas no ‘esquema’ do Petrolão

Política - Um dos pontos na petição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregue ao STF para investigar a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) está o pedido de pesquisa das doações eleitorais em favor de Gleisi, através do comitê financeiro e dos diretórios estadual e nacional para “identificar dentre os doadores, as empresas investigadas na Operação Lava-Jato”. Segundo a petição, Gleisi pode ter recebido os recursos desviados, em épocas de campanhas eleitorais, através de doações “oficiais”, devidamente declaradas, pelas construtoras ou empresas coligadas, diretamente para os políticos ou para o diretório nacional ou estadual do partido respectivo, “as quais, em verdade, consistiam em propinas pagas e disfarçadas do seu real propósito”. No levantamento das prestações de contas da petista, nas campanhas de 2010 e 2014, se constata ‘os três cantos’ mencionados pela petição do MPF. Nas duas campanhas,Gleisi recebeu R$ 13,5 milhões de empresas – a maioria empreiteiras – d...