Política - Em debate na ontem (quinta-feira, 24) em São Paulo, quatro empresários questionaram o juiz federal Sérgio Moro se a prisão do ex-presidente Lula era uma “questão de tempo”. Moro disse: “não falo sobre o que acontece ou não acontece na investigação para o futuro”. O evento reuniu cerca de 600 convidados do Lide. Lula não é investigado na Operação Lava Jato, mas antigos aliados seus, quadros históricos do PT, como José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil) e João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do partido) foram presos por ordem de Moro. As informações são do Estadão.
“Dr. Sérgio, várias perguntas sobre um mesmo tema e um mesmo personagem: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil”, disse o empresário João Dória Junior, presidente do Lide e pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB.
“Diante do que os autos indicam pode-se afirmar que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma questão de tempo?”, emendou Dória, lendo perguntas que lhes foram encaminhadas pelos empresários.
“Eu não falo sobre o que acontece ou não acontece na investigação para o futuro e acho que este tipo de pergunta deveria ser feita em relação a vários outros personagens tanto dentro da investigação, quanto fora da investigação. É o tipo de pergunta que não tem nem como começar a responder”, disse Moro
A Lava Jato investiga um esquema de corrupção e propina que teria se instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal sustenta que o mesmo grupo que atuou na companhia petrolífera teria alcançado seus tentáculos por outras estatais, inclusive, ministérios. Para os procuradores, a Lava Jato apura um esquema de compra de apoio político para o governo federal através de corrupção.
O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato, afirmou na segunda-feira, que “não tem dúvida nenhuma” de que os maiores escândalos de corrupção da história recente do País – Mensalão, Petrolão e Eletronuclear – tiveram origem na Casa Civil do Governo Lula.
José Dirceu, que ocupou a Casa Civil do ex-presidente entre 2003 e 2005, é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi condenado no início da semana a 15 anos de prisão. Ele foi acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ex-tesoureiro foi acusado de intermediar repasse de R$ 4,2 milhões para o partido.
Lula não é investigado, mas há duas semanas a Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para ouvir o ex-presidente no inquérito principal.
CORRUPÇÃO
Moro afirmou ainda que o “problema da corrupção é mais amplo e que transcende as questões político-partidárias”. O magistrado não comentou o “fatiamento” de um dos desdobramentos da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal, na quarta-feira. A maioria dos ministros entendeu que a investigação que envolve a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) não deve ficar somente sob relatoria do ministro Teori Zavascki, responsável pelo caso na Corte, e sob os cuidados do juiz Sérgio Moro, que conduz a operação na primeira instância, em Curitiba.
Comentários
Postar um comentário