Farinha Do Mesmo Saco - O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ambos presos em Curitiba, receberam uma visita inusitada há cerca de quinze dias: a do senador Roberto Requião (PMDB-PR), relator do projeto de abuso de autoridade no Senado.
O peemedebista, um dos aliados que marcharam ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff até o fim do processo de impeachment, disse que a visita serviu apenas para "dar um alô" a Dirceu e garantiu que não se falou sobre o projeto na conversa. Segundo Requião, o encontro não durou mais que dez minutos.
— O que tem uma coisa com a outra? Ele (Dirceu) está segregado do mundo, não pode falar com ninguém? — questionou, perguntado se via algum problema em visitar os petistas sendo relator do projeto do abuso.
Se aprovada, a lei de abuso de autoridade pode vir a limitar a atuação de juízes e procuradores e inviabilizar investigações do porte da Operação Lava-Jato. O senador admite ver "algum" abuso na forma como se deu a prisão dos dois petistas, mas disse nunca ter se debruçado sobre o caso concreto de Dirceu ou Vaccari.
— Teve algum (abuso), mas nunca examinei pessoalmente o caso deles. Mas vejo abusos por todos os lados — afirmou o senador.
Requião disse que, como advogado, tem facilidade para entrar em presídios e que a visita ao Complexo Médico Penal de Pinhais ocorreu a pedido do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que queria visitar os petistas.
Lindbergh disse que o encontro não durou mais que meia-hora e que foi apenas uma visita de cortesia.
— Foi uma visita de solidariedade — disse o petista.
Requião aproveitou para elogiar a saúde do ex-ministro e do ex-tesoureiro do PT.
— Fui dar um alô para o Dirceu. Ele está ótimo, magro. Os dois estão muito bem.
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