Habitação - Uma obra limpa, com destinação correta de resíduos sólidos e reaproveitamento de materiais, reduz custos e preserva o meio ambiente. É uma questão de sustentabilidade e responsabilidade social, além da melhor aplicação de recursos. Essa prática exemplar é rotina na construção de 25 casas populares no Jardim Ouro Preto, em Ivaiporã, no Vale do Ivaí, desde o início da obra, há um ano.
O responsável por tornar o novo residencial um exemplo de obra sustentável é o mestre de obras Cezar Prestes, 46 anos de idade e 30 de profissão, que aplica no trabalho os conhecimentos adquiridos num curso técnico em meio ambiente. A limpeza e organização da construção podem ser vistas de longe.
A mesma prática será reforçada na construção de moradias do programa de habitação do Governo do Paraná, desenvolvido pela Cohapar, em parceria com o Governo Federal e municípios, em todo o Estado. “É exigência do governador Beto Richa que as casas tenham qualidade exemplar”, diz o secretário da Habitação e presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche.
A partir de fevereiro, a Cohapar vai reforçar as orientações já repassadas aos responsáveis pelas obras de habitação no Estado, quanto à limpeza dos canteiros e a reciclagem de materiais. Será feita uma capacitação para engenheiros e mestres de obras, partindo da prática bem-sucedida em Ivaiporã.
MUITO CUIDADO - Nascido em Xapinhal, o mestre de obras Cezar Prestes vive com a família em Ivaiporã há 27 anos. Em 2006, fez um curso para técnico em meio ambiente, quando aperfeiçoou seus conhecimentos na área. “Sempre tive muito cuidado com a limpeza e o desperdício de materiais nas obras onde trabalhei”, conta. “No começo da obra, há todo um trabalho de conscientização da equipe, que logo no início tem dificuldade de entender a importância desses cuidados”, diz. “Depois, eles compreendem e aprovam as medidas, e, principalmente, se preocupam com a qualidade do serviço, para que ele não precise ser refeito”.
Na obra em Ivaiporã, Cezar comanda uma equipe de 16 funcionários. As casas estão quase prontas. O local está limpo, com o mínimo de resíduos no canteiro. Ali, o impacto se deu no meio ambiente, com a destinação correta das sobras de materiais, e nos custos, já que tudo é reaproveitado.
“Até prego é reaproveitado, pelo menos umas três vezes. Também não há desperdício de cal, areia e madeira. No caso da madeira, todos sabem que é para cortar exatamente o que será usado, nada além. Só o cimento não dá pra reaproveitar”, explica o mestre de obras.
Sérgio Bolonhesi, gerente regional da Cohapar em Apucarana, escritório que atende o município de Ivaiporã, afirma que o trabalho de Cezar é modelo em sustentabilidade e responsabilidade social. “Quando temos um profissional disposto a adotar boas práticas, o resultado aparece”, diz.
“O Cezar entendeu que não estamos erguendo casas, mas construindo lares, o que vai além de cumprir uma tarefa, exatamente como preconiza a Cohapar”, afirma Bolonhesi. “Por isso, toda obra deve ser feita com carinho, com capricho e responsabilidade, como se o próprio trabalhador fosse morar na casa que está construindo”.
O mestre de obras diz que não acredita em falta de dinheiro para obras. Segundo ele, o que existe é o mau uso dos recursos disponíveis. “Não pode ter desperdício, tudo pode ser reaproveitado, e com o menor prejuízo possível ao meio ambiente. Quando fazemos nosso trabalho direito, todos ganham”, ensina.
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