Os protestos na Venezuela, iniciados no fim de março, continuam a sofrer forte repressão das tropas de choque da polícia. Manifestantes também são vítimas de milícias bolivarianas e coletivos paramilitares armados pelo governo. A movimentação começou após o Tribunal Superior de Justiça venezuelano, aparelhado com o presidente Nicolás Maduro, intervir na Assembleia Nacional, tentando assumir suas funções. A Assembleia é composta majoritariamente por opositores ao governo. Desde o início das manifestações foram contabilizadas 29 mortes e 1,3 mil prisões. O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, aponta o risco crescente de uma guerra civil se instalar no país, e lamenta que o povo venezuelano sofra as consequências desse regime político.
“A Venezuela não teve sorte. O Parlamento e a democracia são muito frágeis. Há uma ‘semi-ditadura’ no país e eles estão sofrendo demais, na iminência de uma guerra civil. O governo de Maduro repreende e mata seus adversários. Eles estão destruindo completamente a Venezuela e seu povo”, disse.
Em resposta à repressão, a comunidade internacional tem se manifestado contrária às medidas intransigentes de Nicolas Maduro. A Organização das Nações Unidas, o Parlamento Europeu, o Vaticano e outras instituições já comunicaram seu descontentamento com o governo venezuelano. No entanto, em vez do diálogo, o presidente optou por se isolar politicamente, e o país iniciou seu processo de saída da OEA, após a organização convocar chanceleres para discutir formas de pressionar Maduro a reestabelecer o diálogo com a oposição. Hauly defende que a comunidade internacional tome ações drásticas para conter o avanço da crise e do conflito interno.
“Tem que realmente se posicionar mais forte, porque não está adiantando. O que foi feito até agora é muito pouco. Eles não obedecem, e agora querem sair dos organismos que puxaram a orelha deles”, afirmou o parlamentar.
Nos protestos, a população venezuelana exige que sejam repostas todas as funções da Assembleia Nacional, que sejam convocadas eleições gerais, que os presos políticos sejam liberados e que se abra um canal humanitário para reduzir a escassez de medicamentos e alimentos no país.
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