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‘Não tem ninguém mais ferido do que eu’, afirma Beto Richa

Estelita Hass Carazzai, Folha de S. Paulo

ParanáPela primeira vez desde a ação policial que deixou quase 200 feridos numa manifestação contra sua gestão, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pediu desculpas à sociedade pelo episódio. “Não tem ninguém mais ferido que eu”, disse o tucano.
Pressionado até por aliados, Richa fez três trocas no primeiro escalão em quatro dias. Saíram Fernando Xavier Ferreira (Educação), Cesar Vinicius Kogut (comando-geral da PM) e, nesta sexta (8), o secretário da Segurança Pública, Fernando Francischini. Este após intensa troca de acusações com Kogut sobre a responsabilidade pela ação.

Folha – Nove dias se passaram desde o confronto. O sr. ainda defende a ação da PM?
Beto Richa – O que eu defendi foi o cerco da Assembleia [para votar projeto governista sobre a previdência]. O episódio foi lamentável, ninguém desejava que isso acontecesse. Eu pedi o tempo todo para a polícia que fosse tolerante.
Mas isso não aconteceu. A coisa fugiu do seu controle?
Eu não estava no controle da operação. Há imagens de manifestantes partindo para cima da polícia, de radicais tirando pedras do calçamento para atirar nos policiais. Em determinado momento, eles ficaram acuados e reagiram. Agora, se houve excesso, o inquérito é que vai apurar.

O governo deve desculpas?
Posso te assegurar: não tem ninguém mais ferido do que eu. Eu estou ferido na alma. O mais prejudicado hoje sou eu. Ao meu ver, o governo deve desculpas, sim. E o sindicato dos professores. Devem desculpas à sociedade paranaense e brasileira pelo episódio lamentável.
Mas o sindicato não foi responsável pela ação policial.
Mas divulgou erroneamente, irresponsavelmente, para todos os professores e servidores, que eles iriam perder suas aposentadorias.

Qual a estratégia do sr. para recuperar a popularidade?
Acho que vamos recuperar, com muito trabalho. Não foi fácil fazer o que fiz. Ninguém gosta de aumento de imposto ou taxação de aposentadoria. Na hora que o Paraná estiver fazendo obras –e outros Estados, que não fizeram sua lição de casa e seus ajustes fiscais, estiverem em dificuldades–, a verdade aparecerá.
O secretário da Fazenda diz que o Paraná gastou mais do que devia.
Mas veja, não foi nada ilícito. Foi para fazer o melhor. Talvez eu tenha dado um passo maior que a perna. Houve muitos investimentos, aumentos salariais. Daí a economia parou, a receita caiu, e tivemos dificuldades.

O PSDB está preocupado com a possibilidade de seu governo se tornar um alvo contra o partido no país?
Essa preocupação sempre houve. Desde a outra greve, já tinha recebido recados de Brasília, não só do meu partido, de que eu e o Geraldo Alckmin somos alvos da oposição. Até para embaralhar esse jogo, após fortes ataques que o PT vem sofrendo.
E de fato: se você for ligar a TV hoje, é só greve de professores. E não só no Paraná. Agora está havendo no Pará, também governado pelo PSDB. Queira ou não, conseguiram desviar o foco. Pelo menos momentaneamente.

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