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Acções da Rússia revelam "mágoa muito profunda" pelo fim da União Soviética, diz Obama

Mundo - Com a questão da Crimeia aparentemente arrumada na prateleira dos factos consumados, as atenções dos Estados Unidos e da União Europeia voltam-se para o sudeste da Ucrânia, em particular para os planos que a Rússia tem sobre o que está para lá da sua fronteira.
Moscovo diz que não tem planos nenhuns que envolvam a força militar e Washington está dividida entre a certeza da intimidação e as suspeitas de uma invasão. No meio de tantas dúvidas, a NATO volta a assumir o protagonismo perdido nos últimos anos, procurando agora reforçar a sua presença no Leste da Europa.
Nesta sexta-feira, numa entrevista à estação de televisão CBS, gravada em Roma, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou mais uma vez as movimentações de tropas ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, que estão em curso "sob a aparência de exercícios militares".
"Pode simplesmente ser um esforço para intimidar a Ucrânia, ou eles podem ter outros planos", disse o Presidente norte-americano, na linha do que já tinha sido dito pelo vice-conselheiro nacional de Segurança dos Estados Unidos, Tony Blinken, numa entrevista à CNN, no domingo passado. Nesse mesmo dia, o supremo comandante da NATO na Europa, o general norte-americano Philip Breedlove, alertou para os receios de que a Rússia possa estar a preparar-se para invadir outras regiões no Leste da Ucrânia, ou até mesmo a república separatista da Transnístria, na Moldova, na fronteira sudoeste ucraniana – uma hipótese que o general classificou como "muito preocupante", porque esse cenário exigiria que as tropas russas atravessassem o território da Ucrânia.
Na entrevista à CBS, o Presidente dos Estados Unidos instou Moscovo a retirar as suas tropas da fronteira e a sentar-se à mesma mesa com representantes do Governo interino de Kiev, para ultrapassar o que descreveu como uma "mágoa muito profunda" em relação ao fim da União Soviética.
"Seria de esperar que, ao fim de duas décadas, um líder russo estivesse ciente de que o caminho certo não é voltar atrás e agir de uma forma característica da Guerra Fria, mas sim seguir em frente para uma maior integração na economia mundial e uma maior responsabilidade como actor internacional", disse o Presidente norte-americano.
As recentes acções de Moscovo – prosseguiu Barack Obama – revelam "um sentimento nacionalista russo muito forte e um sentimento de que o Ocidente se aproveitou da Rússia no passado".
"[Vladimir Putin] pode estar a errar na sua leitura sobre o Ocidente. Não há dúvidas de que está a errar na leitura sobre a política externa americana. Nós não temos qualquer interesse em cercar a Rússia e não temos quaisquer interesses na Ucrânia, para além de querermos que os ucranianos tomem as suas próprias decisões sobre as suas vidas", disse Barack Obama.
Reafirmando o reconhecimento de que a Rússia tem interesses legítimos na Ucrânia, o Presidente norte-americano rejeitou totalmente a forma que Moscovo escolheu para demonstrar esse facto ao mundo. "Eles têm influência na Ucrânia por causa do comércio, da tradição e da língua. Toda a gente reconhece isso. Mas há uma diferença entre isso e enviar tropas e anexar uma parte do país só porque se é maior e mais forte. Não é desta forma que a lei e as normas internacionais são cumpridas no século XXI."
Quanto à resposta da NATO a uma eventual invasão russa da Ucrânia, o Presidente norte-americano foi vago, preferindo insistir na eficácia das sanções económicas. Sobre o peso da aliança atlântica, sublinhou que a sua força será o que todos os seus membros quiseram que seja, em mais um recado aos países mais importantes da União Europeia, como a Alemanha e o Reino Unido, que têm reduzido as suas despesas militares.

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