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Estudos mostram que é possível reduzir uso de agrotóxicos

A Emater-PR e a Embrapa Soja, de Londrina, comprovam que é possível reduzir o uso de agrotóxicos nas lavouras de soja. Técnicos vêm acompanhando as lavouras, por meio de unidades demonstrativas, onde adotaram técnicas de Manejo Integrado de Pragas e Doenças.
Foto: Cleverson Beje/FEAP/Arquivo ANPr

A Emater-PR e a Embrapa Soja, de Londrina, comprovam que é possível reduzir o uso de agrotóxicos nas lavouras de soja. Técnicos vêm acompanhando as lavouras, por meio de unidades demonstrativas, onde adotaram técnicas de Manejo Integrado de Pragas e Doenças.
Os resultados que apontam a redução no uso de fungicidas nas lavouras de soja no Paraná da safra 2016/17 foram apresentados nesta terça-feira (19) num evento em Londrina, que contou com a presença do secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; do diretor-presidente da Emater, Rubens Niederheitmann; e do chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias.
Para apresentação desses resultados foram lançadas duas publicações: “Resultados do Manejo Integrado de Pragas da Soja na safra 2016/17”, editada pela Embrapa e Emater. E também “Monitoramento de Phakopsora pachyrhizi para tomada de decisão do controle da ferrugem-asiática da soja: relato da experiência da Emater-PR na safra 2016-2017”.
O evento marcou também o início de um treinamento para cerca de 130 extensionistas da Emater, que estão sendo capacitados para ampliar a utilização de práticas conservacionistas nas propriedades assistidas pela instituição. O treinamento ocorre nas dependências da Embrapa Soja, em Londrina, no período de 19 a 21 de setembro.
“Pretendemos apresentar informações qualificadas aos técnicos para que eles auxiliem os produtores nas tomadas de decisão, referentes a alguns dos principais temas que impactam a produção de soja”, ressalta o coordenador do projeto Grãos da Emater-PR, Nelson Harger.

RESULTADOS - Conforme os resultados apresentados, nas unidades demonstrativas instaladas pela Emater e Embrapa Soja, para acompanhamento do controle de pragas e doenças nas lavouras de soja do Paraná, foi constatada uma redução de 45% na aplicação de fungicidas na safra 2016/17.
Também foi constatada a prorrogação da primeira aplicação de inseticida aos 70 dias de evolução da lavoura, enquanto que na safra anterior a primeira aplicação havia sido aos 66 dias.
Em áreas em que não se fez o Manejo Integrado de Pragas, a média foi de 3,6 aplicações no Paraná, enquanto a aplicação de inseticidas foi reduzida para 2 aplicações nas áreas assistidas. “Confirma-se mais uma vez que o Manejo Integrado de Pragas é uma prática que orienta o produtor na redução do uso de inseticidas”, explica o pesquisador Osmar Conte, da Embrapa Soja.
Além disso, as unidades demonstrativas entraram com a primeira aplicação de inseticidas aos 70 dias, enquanto que na safra anterior havia sido aos 66 dias. “Parece pouco, mas quanto maior o intervalo entre a semeadura e a primeira aplicação, menor o número de aplicações necessárias, menos produto é usado e menor é o custo”, avalia Conte.
Ele destaca que o controle de pragas mais tardio, associado com a redução de intervenções, resultou em uma redução no custo equivalente a cerca de 1,8 saco por hectare. “Este valor torna-se expressivo diante do cenário atual de lucratividade restrita”, avalia Conte. O pesquisador ressaltou ainda como ponto positivo da safra 2016/17 a realização de 17 giros-técnicos, eventos em que a Embrapa e a Emater discutiram temas relacionados ao Manejo Integrado de Pragas e Doenças com quase 800 agricultores de todas as regiões do Estado.
Esses resultados são decorrentes de acompanhamento feito em 163 Unidades de Referência, em propriedades rurais de 75 municípios assistidos pela Emater, no Paraná.

TREINAMENTO - No treinamento, os extensionistas irão receber ainda uma caderneta de campo para o monitoramento de insetos da soja. Segundo o pesquisador André Prando, no manejo integrado de pragas as etapas de amostragem, registro e monitoramento das populações de insetos-pragas e inimigos naturais, presentes na lavoura, são cruciais para a tomada de decisão de controle.
A caderneta, no formato de bolso, facilita o registro, o transporte e o manuseio dos dados a campo e foi publicada com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR). “A caderneta também tem as orientações de como realizar as amostragens, além dos níveis de ação que devem ser considerados para tomada de decisão quanto à utilização de controle no MIP da soja”, diz Prando.

MANEJO DA FERRUGEM-ASIÁTICA - Outra apresentação foi o resultado do monitoramento da incidência da ferrugem asiática nas lavouras de soja, nas propriedades assistidas. A partir de um protocolo técnico de trabalho estabelecido na safra 2016/17, coordenado pelo extensionista Jorge Gheller, foram instalados 93 coletores de esporos para monitorar a presença precoce do fungo causador da ferrugem-asiática.
A Emater utiliza há várias safras o modelo de coletor de esporos, idealizado por Seiji Igarashi, no qual há uma lâmina com fita adesiva dupla face que facilita a adesão dos esporos. “O objetivo é detectar a chegada do fungo à lavoura, e orientar o produtor sobre a necessidade ou não de realizar a aplicação de fungicida para controle da doença”, explica a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja.
Segundo ela, enquanto a média de aplicação de fungicidas no Paraná foi de 2,4 pulverizações na safra 2016-17, nas propriedades assistidas em que as informações do coletor foram utilizadas, a média foi 1,5 pulverizações e sem diferença de produtividade. Também houve uma ampliação no tempo para primeira aplicação de fungicidas. No Paraná, os produtores, de uma forma geral, começaram a usar fungicidas 57 dias após a emergência da soja e nas unidades demonstrativas, apenas 75 dias depois.
“Nosso objetivo é que o agricultor faça suas aplicações sempre se pautando em critérios técnicos ao invés de antecipar/calendarizar as aplicações, o que pode ampliar a utilização de fungicidas por problemas de resistência sem a real necessidade”, aponta Nelson Harger. “Além do aumento do custo, essa prática pode favorecer maior pressão de seleção de fungos resistentes aos fungicidas”, alerta.

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