Na última segunda-feira (11), o comandante-geral do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, realizava a abertura de mais uma reunião formal do Alto Comando da instituição, no Quartel General do Exército, em Brasília, no Distrito Federal. Tratava-se do encontro de número 314 dos militares das Forças Armadas. Um dos principais motivos alavancados para que se concretizasse o encontro, se refere aos grandes problemas que afligem os militares, como por exemplo, a grave crise política do país e a falta de recursos para a manutenção dos militares na caserna. Entretanto, há outros problemas que são constantemente levantados, como a garantia de atividades básicas inerentes à implementação dos trabalhos da Força e o contingenciamento de verbas destinadas pelo Governo federal.
Posicionamento dos generais na 'surdina'
Durante a realização do encontro dos integrantes da cúpula do Exército brasileiro, um posicionamento expressado por generais espalhados pelas principais unidades militares do país, vem à tona. Muitos demonstraram grande inquietação a partir da propagação da corrupção em diversas instituições do país, inclusive, em relação ao Poder Judiciário, como também os poderes Executivo e Legislativo. A pauta debatida acabou ultrapassando os limites, já que se avaliava a corrupção reinante no país. Na surdina, alguns generais colocaram sobre a mesa, o que mais tarde, o general Antônio Hamilton Martins Mourão expressaria, através de seu discurso proferido na Loja Maçônica Grande Oriente, localizada na capital federal. Debatia-se na verdade, a necessidade de intervenção militar no Brasil, diante da grave "crise ética, político-institucional", segundo os rumos tomados na reunião.
Entretanto, a manifestação dos generais ecoava com consonância e demonstrava contundentemente, que o general Mourão não falava sozinho e nem mesmo, havia cometido qualquer tipo de arroubo imprevidente, quando ele havia defendido uma solução considerada radical, conforme toda a repercussão alcançada por suas palavras, na palestra da última semana. O discurso proferido pelo general Mourão apresentava, de qualquer modo, algum tipo de respaldo, a partir desse encontro prévio do Alto Comando do Exército brasileiro. Nesse encontro, estavam presentes 16 generais quatro estrelas, dentre eles, a presença marcante do Comandante-Militar do Leste e chefe do Estado-Maior, general Fernando Azevedo e Silva, um dos grandes cotados para substituir o general Eduardo Villas Bôas, no comando do Exército.
Alguns dos generais presentes na reunião de cúpula, deixaram claro que não estariam ali para tramar um golpe militar, mas sim preocupados com a deterioração do quadro político brasileiro e asseguram que, se for necessário, estariam prontos para uma "intervenção militar com o intuito de colocar ordem na casa". Vale ressaltar que após as manifestações de Mourão, Villas Bôas não falou em puni-lo, mas sim o elogiou, ao considerá-lo um "grande soldado".
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